Adriana Niemeyer

Entrevista com a diretora Adriana Niemeyer do Festival FESTin

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13ª edição do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa – vai arrancar a 9 de dezembro, em quatro espaços: Cinema São Jorge, Museu das Comunicações, Liceu Camões e Espaço Talante. Até o dia 14 de dezembro, o evento, que já faz parte da programação cinematográfica de Lisboa, exibirá quase 40 filmes de Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe e Angola.

Fomos falar com uma das directoras do Festival, Adriana Niemeyer, sobre esta edição e as suas novidades:

CEP: A 13ª edição do FESTin está quase aí! Nesta edição vão homenagear o Centenário do escritor português José Saramago e o Bicentenário da Independência do Brasil. De que forma?

Adriana Niemeyer: A nossa homenagem ao Bicentenário da Independência do Brasil vai decorrer no Museu da Comunicação com uma conversa de dois grandes conhecedores da história da corte portuguesa no Brasil, um protuguês e um brasileiro, com o público, sobre a herança portuguesa que permaneceu nos costumes e no cotidiano da vida dos brasileiros, 200 anos depois da Independência. Uma maneira de demonstrar que ainda estamos muito ligados uns aos outros. Esta 13ª edição também fará uma homenagem ao Centenário de José Saramago, um dos maiores representantes da nossa língua. Infelizmente as datas do nosso evento estão a alguns dias do seu aniversário de 100 anos. Mas no nosso entender o centenário de Saramago não termina no dia 16 de novembro (data do seu nascimento). Sempre que possível devemos homenagear a grandeza e contribuição da sua obra. Veremos esta homeagem na sessão de abertura do FESTin, dia 10 de dezembro. Uma homenagem curta e simples, mas com muito sentimento. Da maneira como ele gostava e vivia a sua vida.

CEP: Além dos quatro locais de exibição em Lisboa, a cidade do Porto receberá uma mostra itinerante com o nome Ciclo Amazónia. Qual é a importância deste Ciclo?

Adriana Niemeyer: Em uma parceria com a Universidade do Porto criámos uma extensão do FESTin focada em temas relacionados à Amazónia e aos seus povos indígenas tradicionais, que tem chamado a atenção em todo mundo. Serão três filmes, com diferentes enfoques, que retratatam o que é ser um índio hoje no Brasil e os problemas que eles tem enfrentado para manter suas áreas e suas culturas protegidas. Para o FESTin esta extensão é uma maneira de ecoar o “grito de socorro” que a população indígena vem lançando, não só no Brasil. Conscientizar as pessoas de que a preservação da Amazónia também passa pela preservação das terras demarcadas dos indígenas é imperativo.

CEP: O programa Itinerâncias já é parte integrante e marcante do FESTin. Quais são os vossos planos para a expansão deste programa?

Adriana Niemeyer: No ano de 2022 tivémos duas importantes itinerâncias internacionais. A primeira foi em Luanda, capital da cultura da língua portuguesa em parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), durante a primeira semana de maio que comemora o Dia da Língua Portuguesa. A segunda em Cuba, em associação ao Festival de Cinema Pobre de Gibara, o que demonstra o crescente interesse pelo cinema feito em portugûes no mundo iberoamericano. No próximo ano estaremos em Madrid, em parceria com um novo festival internacional que está por nascer; na Madeira, e provavelmente em Marrocos com uma mostra. Mas esperamos ainda ir ao Brasil e a algum outro país europeu e africano.

CEP: A mostra FESTinha, dedicada aos mais pequenos, tem sido também recorrente nas últimas edições do Festival. Como tem sido a recepção de filhos e pais a esta mostra?

Adriana Niemeyer: A mostra FESTinha é a “menina dos nossos olhos” porque nada nos dá maior prazer do que cultivar o gosto pelo cinema nos miúdos. Recebemos as escolas e percebemos que muitos alunos nunca tinham ido a uma sala de cinema antes. E logo vemos o entusiamo deles… essa é a esperança do cinema: ver que o pequeno ecrã não substitui o grande. E esse fenómeno pudemos perceber ainda mais nas nossas itinerâncias nos países africanos e no Timor-Leste, onde as salas de cinema são escassas. As crianças são a nossa melhor propaganda e acabam por levar os pais e parentes para as salas. A receção dos pais e professores tem sido muito positiva porque buscamos sempre filmes divertidos e educativos, que tragam uma mensagem de esperança no mundo futuro.

CEP: Quais são os principais destaques e novidades que o público pode esperar da edição deste ano?

Adriana Niemeyer: Este ano contamos com a curadoria do ator e promotor cultural Antonio Grassi, que junto com a sua mulher, Ciça Castello, tem promovido muitos eventos culturais ligados à língua portuguesa no Espaço Talante, na LX Factory, onde aliás faremos a antestreia desta 13ª ediçao, no dia 09 de dezembro. Grassi participou de inúmeros filmes brasileiros e internacionais, além de novelas, tendo sido também o responsável pelo ano Brasil-Portugal em 2013 com a participação de 3 mil artistas.

Todas as informações estão disponíveis no site oficial do Festival: festin-festival.com

Cartaz FESTin 2022

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