Os Inocentes: a exploração do potencial da maldade

4 estrelas Críticas

O jogo psicológico entre temas como a inocência, maldade, crueldade e violência, confere o mote principal de “Os Inocentes“, um filme do realizador Eskil Vogt (que também foi argumentista em “A Pior Pessoa do Mundo”) e que está agora em exibição nas salas de cinema em Portugal, assim como também na plataforma de streaming Filmin Portugal.

A extraordinária força que este filme tem reside no facto de utilizar uma ideia simples e dar-lhe um twist fantasioso que encaixa perfeitamente na mensagem que o filme pretende transmitir. O filme é bastante intenso, do início ao fim, quase não deixando o público respirar, e isso é um dos seus pontos mais fortes, dando uma intensidade extra ao filme, e nunca deixando essa mesma intensidade baixar ou de lado, o que a nível narrativo é de louvar.

Quando um grupo de crianças é confrontado com poderes que passam a ter, e que podem moldar o mundo à sua volta, temos reacções e rumos diferentes para cada uma delas, e o desenrolar das suas acções irá certamente surpreender o espectador mais desprevenido. Todo o elenco faz um trabalho bastante competente, mas tenho de destacar o elenco infantil (que é o foco do filme), e principalmente a jovem actriz Rakel Lenora Fløttum, que pela informação disponível online este é o primeiro filme em que participa, e que participação. A jovem consegue criar nuances na sua actuação e dinâmicas que nem muitos actores profissionais conseguem fazer, para além de ser a sua personagem que representa o fio condutor de toda a narrativa.

Destaco este filme pela positiva e recomendo-o vivamente, mas alerto o público mais sensível que se prepare antes, pois existem aqui cenas fortes, e que são ainda mais intensas por envolverem crianças ‘inocentes’. Um filme único que nos deixa a pensar e que confere aquele ‘murro no estômago’ que poucos filmes conseguem transmitir.

O filme está agora em exibição nos cinemas e disponível em streaming na FILMIN.

Classificação: 4 em 5 estrelas. Texto escrito por André Marques.

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