Este filme é já um clássico do mundo da sétima arte, e diria mesmo que se trata de um marco da História do Cinema. Muito já foi escrito e dito sobre esta obra, mas julgo que vale a pena recordar e ver, ou reviver, um filme que consegue superar a passagem do tempo, e cuja influência na arte do Cinema é indiscutível.
“A Paixão de Joana d’Arc” foi realizado por Carl Theodor Dreyer e conta a história de Joana d’Arc, a guerreira e heroína do século XV. A obra remonta ao ano de 1928 e foi o primeiro filme produzido sobre Joana d’Arc, tendo sido baseado em documentos históricos do seu julgamento.
O filme tem imensos temas por explorar, desde a época em que foi feito, assim como o facto de ser um filme mudo e os desafios que isso acarretava na altura, passando pela história em si e a sua importância, assim como pela sua montagem, fotografia, composição cénica, interpretações, entre muitos outros aspectos, e por tudo isto é necessário que o público tenha essa percepção ao ver este filme em 2023 e nos anos que aí vêem. Tenho de salientar como é importante e interessante que hoje em dia, com toda a evolução tecnológica que temos, é-nos dada a possibilidade de vermos obras como esta em plataformas como a FILMIN (onde o filme está disponível, podem saber mais aqui), e assim termos acesso a muitos filmes clássicos e que marcaram uma arte que é uma das mais recentes da História da Humanidade.
Julgada por afirmar que falou diretamente com Deus, Joana d’Arc é submetida a tratamentos desumanos nas mãos da igreja. A sentença à morte e a brutal execução elevou a heroína a estatuto de mártir. É incrível como toda esta sinopse, que resume a narrativa do filme, é brilhantemente interpretada por Renée Jeanne Falconetti, que contém nas suas expressões corporais e faciais todo um mar de sentimentos em diferentes níveis de intensidade, e conseguimos assim compreender a totalidade daquilo que a personagem está a sentir e a passar por, ao longo de todas aquelas cenas.
Esta é uma obra que vale certamente a pena ver e rever, não servindo apenas como um objecto de estudo para os amantes desta arte, mas sim como um filme fabuloso que é único na sua abordagem e criação.
Classificação: 5 em 5 estrelas. Texto escrito por André Marques.
