Pode-se dizer que o realizador James Cameron é já um perito em filmes grandiosos, ligado a filmes que arrecadam muitos milhões nas bilheteiras de cinema a nível mundial, digamos que um especialista em blockbusters, e a sua sequela de ‘Avatar’ representa nada mais do que a sua capacidade de criar filmes cuja magnitude técnica é o objecto principal, inundando o público com um espectáculo visual e sonoro que tem bastante valor.
Por vezes, ficamos a pensar se valerá a pena ir ver este ou aquele filme a uma sala de cinema, e constatamos hoje em dia que o factor ‘sala de cinema’ quase que tem mais valor ou importância ao considerarmos ir ver um filme quando este nos promete um espectáculo maior, e não somente um drama familiar, por exemplo muito à base de diálogos, e isso compreende-se (não quero dizer que eu seja assim), pelo facto de o orçamento familiar para idas ao cinema seja também pesado na decisão, assim como a oferta que existe actualmente com os serviços de streaming e outras considerações. Mas julgo que sejam filmes como “Avatar: O Caminho da Água” que conseguem ainda juntar um grupo de jovens ou um grupo familiar a ir ao cinema, a ter esse ritual e a sentir que valeu a pena, e que a pessoa se entreteve e se distraiu durante algumas horas.
A saga ‘Avatar’ serve exactamente para isso, para entreter, e faz isso bastante bem, não tendo eu sentido neste filme (ou no seu antecessor) qualquer espécie de aborrecimento, porque sei exactamente para o que vou e deixo-me levar para Pandora, e a minha curiosidade por aquele mundo é estimulada e tento aproveitar cada minuto dessa aventura. Não serão certamente estes filmes que vão moldar a minha vida ou marcar a minha experiência cinematográfica, mas são filmes necessários e obras que estimulam o interesse pelo cinema e por todas as componentes técnicas ligadas a esta arte que são fundamentais para a sua existência.
“Avatar: O Caminho da Água” é sim um filme interessante, que vale sem dúvida por todos os seus efeitos visuais e sonoros, e que mesmo a nível de narrativa consegue ser mais estimulante do que, por exemplo, a maioria dos filmes de super-heróis de hoje em dia.
Classificação: 4 em 5 estrelas. Texto escrito por André Marques.