“Shazam! Fúria dos Deuses” é uma tentativa de um “safe movie” falhada, não propriamente pela sua execução, mas sim pela forma como foi arrasado pela crítica, o que nos leva a certas questões. Porquê um filme seguro? Ora, este filme restringe-se novamente a uma narrativa básica e repetitiva (sem muita margem de erro), repleta de plotpoints clichês e sub-desenvolvidos, é previsível e não tem identidade própria. No entanto, foca-se no ritmo acelerado, fazendo com que seja cativante e divertido de assistir. De facto, se encararmos o filme de modo relaxado e não nos focarmos tanto nas incoerências ou no humor, por vezes forçado, vamos certamente desfrutar de uma boa hora e meia.
Há 10 anos isto era suficiente para ser aceite pela crítica e ter sucesso nas bilheteiras, mas desta vez os críticos não perdoaram e imediatamente condenaram o filme ao fracasso comercial, publicando várias críticas negativas antes da estreia do mesmo. Isto leva-nos a uma questão de enorme importância: será que a fórmula que tem vingado nos últimos 15 anos está oficialmente gasta? Será que os filmes de super-heróis serão forçados a se reinventar para continuarem a ter sucesso? A meu ver ainda é muito cedo para tirar conclusões, pois trata-se de um caso isolado, mas este filme pode servir como um aviso à navegação da indústria de super-heróis. Talvez esteja na altura de seguir em frente e arriscar uma mudança, como é o caso de algumas exceções, como “The Batman”, “Joker”, “Deadpool”, entre outros.
Talvez o filme apenas tenha saído 10 anos mais tarde que o suposto ou simplesmente os críticos não gostaram, mas uma coisa é certa, o futuro do universo cinematográfico da DC Comics, se algo drástico não mudar, não é promissor.
Classificação: 2 em 5 estrelas. Texto escrito por Francisco Empis.