Festival Imaterial - 3ª edição

Festival Imaterial: Ciclo de Cinema Documental

Imaterial Notícias

De 19 a 27 de Maio, o Património Imaterial será novamente pensado e homenageado em Évora, nas suas várias formas, na 3ª edição do Festival Imaterial. Também nesta edição a 7ª arte marca presença com um Ciclo de Cinema Documental que vai decorrer no Auditório Soror Mariano e vai trazer a Évora diversos realizadores premiados, incluindo Lucy Durán, distinguida com o Prémio Imaterial em 2022.

Terá início no dia 19 de Maio, pelas 21h30 com a estreia mundial do filme Ballaké Sissoko Kora Tales de Laurent Benhamou e Lucy Duran, com presença dos realizadores. Ballaké Sissoko, músico maliano premiado e de renome mundial, leva-nos numa viagem única na senda do seu instrumento, a Kora, uma harpa de 21 cordas da África Ocidental, cujas origens estão envoltas em lendas. Viajando mais para oeste, numa canoa, em direção ao Senegal e à Gâmbia, de onde a sua família é oriunda, Ballaké cruza o rio Casamance para se encontrar com uma família de tocadores de kora que mantém vivo o velho estilo tradicional do instrumento. Inspirado, Ballaké toca a Kora pela noite dentro, ao som dos grilos e dos pássaros noturnos, recordando a sua própria herança naquela parte do mundo. Narrado pelo conhecido rapper maliano Oxmo Puccino, este filme leva-nos ao coração da tradição da Kora, à sua mística e às lendas que a rodeiam.

The Sounds of Masks, da realizadora premiada Sara Gouveia, transporta-nos até Moçambique. Atanásio Nyusi é um poderoso contador de histórias e lendário dançarino de Mapiko. Leva-o numa jornada surreal que entrelaça o passado colonial e o presente de Moçambique. Usando música, dança e o corpo como arquivo de um saber coletivo, este documentário mostra o horror da guerra através da beleza da dança e da poesia. Em exibição no dia 21 de maio, às 18h30, apresentado pela historiadora Giulia Strippoli.

No dia 22 de Maio, pelas 18h30 a viagem segue até Cuba com La Tumba Mambi do DJ Jigüe Alexandrine Boudreault-Fournier, um documentário que foi recentemente galardoado com o prémio de Melhor Documentário Musical pelo Royal Anthropological Institute, do Reino Unido. É um filme de ficção documental baseado na Tumba Francesa La Caridad de Oriente, sedeada na cidade de Santiago de Cuba. A banda-sonora original do filme, composta e produzida pelo DJ Jigüe, de Cuba em colaboração com membros da Tumba Francesa, recorda-nos, de forma rítmica e marcante, que o presente assenta numa história de luta pela liberdade. DJ Jigüe é atualmente um dos DJs mais conhecidos da cena eletrónica cubana, desenvolvendo a sua própria estética denominada Afrofuturismo Tropical.

Dance My Daughter, de Karen Boswall de Givandás apresenta uma perspetiva feminina sobre o lento progresso de Moçambique no sentido do reconhecimento dos direitos humanos das mulheres e meninas em todo o país. Aqui, onde as vozes das mulheres e das meninas muitas vezes não são ouvidas, sem uma linguagem comum, o canto e a dança funcionam como veículos de protesto e de provocação, de lamento e de celebração. Em exibição no dia 23 de Maio, às 18h00 com a presença da realizadora.

Dia 25 de Maio, às 18h00 Zuzana Kolaciewicz leva o espectador até à Polónia com The Soil. Filmado em ritmo lento e com uma enorme beleza, explora a relação entre as mulheres, a música e a terra na Polónia. São as canções e as suas letras, comentando com humor e pungência a vida, o amor, a terra e a ação feminina, que fornecem uma estrutura narrativa ao filme: crua, autêntica e desprovida de intervenções modernas.

O Ciclo de Cinema Documental encerra com Lucy Durán Celia Lowenstein que no dia 26 às 18h00 apresentam Eyes Open, Youssou N´Dour in Dakar. Filmado no local e narrado por Youssou N’Dour, o filme explora os sons fantásticos da sua cidade natal, Dakar, capital do Senegal, onde ainda vive, e cujas influências moldaram a sua música. A imagem deste músico e da sua cidade fundem-se para formar um retrato poderoso e belo de um griot moderno, uma figura pública que é, também, um dos mais famosos músicos de África.

O Festival Imaterial tem entrada livre e na passada edição contou com mais de 3 mil espectadores. Este ano é objetivo crescer em visitantes e participantes nas diversas secções do festival, reafirmando o Imaterial como um ponto de encontro.

Mais informações em: festivalimaterial.pt

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *