8ª edição do Festival Punto y Raya

Festival Punto y Raya pela primeira vez em Portugal

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O principal festival dedicado à imagem em movimento abstrata chega, pela primeira vez, à capital portuguesa. Em Outubro, o espanhol Punto y Raya apresenta mais de 100 filmes que obedecem a uma única regra: é proibido representar.

Depois de viajar pela Espanha – passando por instituições de peso como o Museo Nacional Reina Sofía e CCCB – Barcelona Centre for Contemporary Culture –, Islândia, Alemanha, Áustria e Polónia, o itinerante e bienal Punto y Raya aterra, ineditamente, em Portugal. De 11 a 15 de Outubro, e sob os auspícios da associação catalã MAD em parceria com a Taumatrópio – organizadora da MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa –, a capital portuguesa torna-se o ponto de encontro para a arte audiovisual abstrata na Europa e no mundo.

Na sua oitava edição, o festival reserva ao público nacional e internacional, de todas as idades, a apresentação de mais 100 filmes, de 33 países, em competição e retrospectivas, uma mão cheia de masterclasses e oficinas para famílias, para além de instalações e performances ao vivo com grandes figuras do género.

Com uma programação da qual participam os veteranos Larry Cuba (um dos pioneiros da animação digital na arte, conhecido por ter animado uma das sequências do primeiro episódio de “Guerra das Estrelas” de George Lucas) e José Xavier (figura histórica da animação portuguesa), serão cinco dias para celebrar o cinema no seu estado mais puro – forma, cor, movimento, som – e experimental, quando começa a confundir-se com as artes visuais ou os estudos multimédia e de tecnologia. Todas as regras podem – e devem – ser quebradas, exceto uma: é proibido representar.

A partir desta proposta desafiante, o festival reúne em torno da sala do Cinema Fernando Lopes (Campo Grande) – abarcando, ainda, a Cinemateca Portuguesa, o Museu de Lisboa, a Universidade Lusófona, a Faculdade de Belas Artes de Lisboa e a Escola Superior de Música de Lisboa – um conjunto de obras e atividades que, utilizando a linguagem universal da abstração, irá construir e suscitar experiências perceptuais e sensoriais sem precedentes. No Punto y Raya, descobre-se como um ponto ou uma linha podem criar universos visuais e sonoros de alcance global, imunes a fronteiras ou diferenças identitárias e interculturais.

Panoramas

A abrir o festival, no dia 11 de Outubro, a Cinemateca Portuguesa coloca em destaque a história do cinema abstrato em Portugal – uma sessão preparada em parceria com o festival MONSTRA, no âmbito das comemorações do centenário da animação em Portugal, com curadoria dos seus diretores e programadores Miguel Pires de Matos e Fernando Galrito. Pelas 19h da quarta-feira, o grande ecrã da casa do cinema nacional preencher-se-á de filmes emblemáticos que habitaram e redefiniram os limites da animação e da representação no país, num espectro temporal de mais de dez anos.

Sessões Competitivas

Apresentando as maiores realizações do género, hoje, a Competição Punto y Raya está estruturada em seis programas, cada um com duração aproximada de 75 minutos, às 18h e 21h dos dias 12 e 13 de Outubro, e às 17h e 19h do dia 14, sempre no Cinema Fernando Lopes. Um júri de renome irá distinguir três curtas-metragens com prémios monetários, no valor total de 3 mil euros.

Formações

Com um programa educativo também imperdível, Punto y Raya traz a Lisboa uma série de artistas para discutir os seus processos criativos e corpos de trabalho. Os convidados de honra são o português José-Manuel Xavier (animador, ilustrador, pintor e artista conceitual), Tina Frank (nome proeminente da animação experimental, cujas colaborações transdisciplinares já passaram por espaços como Ars Electronica, Centre Pompidou, ICC Tóquio, entre outros), Zeno van den Broek (artista sonoro e compositor multi-sensorial), Bret Battey (artista multimédia e compositor musical), Julius Horsthuis (designer e artista de efeitos visuais, conhecido pelos seus trabalhos imersivos e criativos com Avicii, Lady Gaga ou Guillermo del Toro) e, é claro, Larry Cuba. Duas oficinas para famílias complementam este conjunto de formações com atividades lúdicas para os mais pequenos.

Programa Paralelo

Para além de conduzir masterclasses, parte dos artistas convidados criam instalações site-specific ou performances para inaugurar durante o festival. Nos dias 13 e 14 de Outubro, Tina Frank e Zeno van den Broek, respectivamente, apresentam performances que exploram as potencialidades da tecnologia para o enriquecimento da imaginação. Bret Battey, Julius Horsthuis, Max Hattler, Larry Cuba e Robert Seidel preparam ambientes instalativos para as diferentes casas que acolhem o Punto y Raya, assim como o português Ícaro Pintor, que inaugura uma experiência de criação plástica múltipla com uma performance de desenho e construção sonora em tempo real, no dia 12, em local a anunciar.

Informações Úteis:

Para além de atividades gratuitas, os bilhetes para as sessões variam de 2 € a 4 €, à exceção daquelas que acontecem na Cinemateca Portuguesa, com bilhetes a 3.20 € (público geral), 2.15 €  (estudantes, Cartão Jovem, maiores de 65 anos e reformados) ou 1.35 € (Amigos da Cinemateca, estudantes de cinema e desempregados). As masterclasses têm o valor de 5 € para o público geral e profissionais da indústria, com desconto de 50% para estudantes.

Bilheteiras e inscrições disponíveis a partir da terceira semana de setembro. Para mais informações, consultar puntoyrayafestival.com

Sobre o Festival:

Com direção artística de Nöel Palazzo e Ana Santos, o Festival Punto y Raya nasceu em 2007. Desde então, já apresentou mais de 650 filmes – apenas em competições –, com uma média de 73% de estreias em cada edição. Punto y Raya procura ultrapassar as barreiras linguísticas e interculturais através da linguagem universal da abstração, articulando a mais diversa comunidade criativa – desde crianças em idade pré-escolar a profissionais de renome – e sensibilizando públicos e instituições para a relevância desta forma de arte particular na criação contemporânea e cooperação multidisciplinar.

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