Cine Amadora - Mostra Internacional de Cinema

Cinema e Revolução – Uma Ideia na Cabeça e uma Câmara na Mão

Cinema Português Notícias

De 6 a 8 de Março os Recreios da Amadora acolhem a primeira edição do Cine Amadora – Mostra Internacional de Cinema, sob o mote ‘Cinema e Revolução – Uma Ideia na Cabeça e uma Câmara na Mão’. A célebre frase do cineasta brasileiro Glauber Rocha serviu de inspiração para estruturar o programa do evento, inserido na Celebração dos 50 anos do 25 de Abril do Município da Amadora. A entrada é gratuita.

‘Belarmino’ de Fernando Lopes, o documentário ‘O Que Podem As Palavras’, de Luísa Sequeira e Luísa Marinho – sobre o livro ‘Novas Cartas Portuguesas’, onde as “três Marias” contam a sua própria história, e a curta ‘Na Parede da Memória – Elis Regina’, são algumas das obras que integram a programação do 1º Cine Amadora, que propõe uma criteriosa seleção de filmes, resgatando obras passadas, que cruza com filmes contemporâneos.

O evento, gratuito e aberto a toda a comunidade, visa celebrar a sétima arte e promover a intersecção de diferentes perspetivas e abordagens cinematográficas. Ao longo de três dias vai ser possível assistir a performances de cinema ao vivo, projeções musicadas por diversos artistas, workshops de cinema, masterclasses e uma carta branca programada pela Escola Superior de Teatro e Cinema. A abertura oficial da Mostra Cine Amadora, realiza-se a 6 de Março, pelas 15h00, com a exibição do documentário ’48’ de Susana Sousa Dias.

PROGRAMAÇÃO: 6, 7 E 8 DE MARÇO 2024

6 DE MARÇO

15h00 | Abertura oficial da MOSTRA DE CINEMA CINE AMADORA 

15h30 | 48 

Realização Susana Sousa Dias 

Documentário | 2022 | 97 min | M12 

O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político? O que pode uma imagem tirada há mais de 35 anos dizer sobre a nossa actualidade? Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), 48 procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário tentou auto-perpetuar. 

18h30 | CARTA BRANCA à Escola Superior de Teatro e Cinema 

AGORA FRENESIM 

Realização Laura Andrade 

Ficção | 2022-2023 | 18 min. | M12 

Vera sente-se invisível. Num dia do seu trabalho no museu, duas raparigas iniciam um protesto pelo clima. A admiração pelo gesto ousado dá-lhe coragem para reagir e dar o primeiro passo para a sua emancipação. 

MISTIDA 

Realização Falcão Nhaga 

Ficção | 2021-2022 | 20 min. | M12 

Uma mãe imigrante, aflita das costas, liga ao filho para que ele a ajude a carregar os sacos de compras para casa. Durante o percurso, os dois conversam sobre o futuro através do passado, numa revinda às suas amarguras e alegrias. 

RUBAB 

Realização Marta Vaz 

Documentário | 2021-2022 | 18 min. | M12 

Desde que os Talibã tomaram o poder no Afeganistão, a música foi banida no país. A única escola de música de Cabul refugiou-se em Lisboa e cem dos seus alunos foram recebidos no Conservatório Nacional. Este é o retrato da sua adaptação. 

MEIA LUZ 

Realização Maria Patrão 

Documentário Experimental | 2018-2019 | 11 min. | M12 

Na penumbra, a luz sobre os diapositivos e o gesto de parar e olhar. É aqui que as ideias a meia-luz respiram?

AMOR E AVENIDAS NOVAS 

Realização Duarte Coimbra 

Ficção | 2016-2017 | 11 min. | M12 

“Manel, um jovem que dorme sestas, vai trocar o seu colchão de casal pelo colchão de solteiro do amigo Nicolau, para que este possa estar com a namorada. Ambos carregam o colchão pela Avenida Almirante Reis atéa casa de Nicolau. Manel vê-se rapidamente despejado da casa do amigo com um colchão de solteiro para carregar de regresso a casa. No caminho interrompe acidentalmente umas rodagens sóde mulheres, onde vai conhecer Rita, uma bela assistente de produção. Manel, Rita e o colchão projectam ideias de amor. No final do dia, Manel liga àmãe para desabafar e reflectir sobre o seu dia. 

21h30 | O FIM DO MUNDO

Realização Basil da Cunha

Drama | 2019 | 105 min. | M16

Após 8 anos numa casa de correção, Spira regressa à Reboleira, um bairro de lata que está a ser destruído, nos arredores de Lisboa. Aí, reencontra a família, a casa e os amigos de infância. Entretanto, já homem, é com outros olhos que ele observa a Reboleira, a terra onde cresceu. Mas Kikas, um velho traficante do bairro, fá-lo perceber que não é bem vindo. 

Depois de “Até Ver a Luz”, Basil da Cunha assina um retrato da juventude do bairro da Reboleira e das lutas que travam diariamente, num filme que teve estreia mundial no Festival de Locarno e foi premiado no Festival IndieLisboa.

7 DE MARÇO

10h30 – 12h30 | MASTERCLASS CINEMA E PAISAGEM SONORA COM RAQUEL CASTRO 

Raquel Castro é Investigadora de paisagens sonoras, realizadora e curadora. Fundadora e diretora da Associação Sonora, do festival Lisboa Soa e do simpósio Invisible Places, é doutoranda em Comunicação e Artes pela Universidade Nova e docente na licenciatura em Ciências e Tecnologias do Som da Universidade Lusófona. Realizou documentários como Soundwalkers (2008) e SOA (2020), onde entrevistas, arte e ambientes sonoros se combinam para alargar a consciência sobre o som. Fez a curadoria da exposição Sound Art in Public Spaces para o projeto europeu Sounds Now e é atualmente a Presidente do Conselho Executivo do World Forum for Acoustic Ecology. 

Inscrições via formulário em www.cineamadora.pt (vagas limitadas)

15h30 – 17h30 | NUNO CALADO APRESENTA O VÍDEOCLIP ENQUANTO OBJETO CINEMATOGRÁFICO 

Programação de vários vídeos musicais da lusofonia “A partir da década de 60, o desenvolvimento da linguagem do vídeo amplia novas possibilidades estéticas como as incrustações, justaposições e sobreposições de imagens.” 

Nuno Calado iniciou a sua carreira na rádio numa estação pirata em 1986. Em abril de 1991, juntou-se à Antena 1 e, em 1993, transitou para a RDP FM, que, em abril de 1994, mudaria de nome para Antena 3. Nuno Calado é o rosto do som mais alternativo e contemporâneo na rádio, e o seu programa “Indigente” já conta com 25 anos de transmissões regulares. Para além disso, Calado participou em diversas outras emissões e formou a dupla inicial do programa “Prova Oral” com Fernando Alvim. Também colaborou ao longo de vários anos com a SIC.

18h30 | MANGUEBIT

Realização Jura Capela

Documentário | 2022 | 101 min. | M16 

Com depoimentos de seus criadores, companheiros e herdeiros, Jura Capela nos conta como que um movimento estético, vindo do mangue, aumentou a visibilidade das periferias e manifestações culturais da região metropolitana do Recife. Unindo diversas vertentes como música, cinema, artes visuais e literatura, o Manguebeat não só se consolidou um dos mais importantes movimentos culturais das últimas décadas, mas também gravou para a posteridade nomes como Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, o festival Abril Pro Rock, entre outros. 

21h30 | CINE CONCERTO o Artista SÉRGIO COSTA acompanha ao vivo com uma performance sonora o clássico do cinema AS AVENTURAS DO PRÍNCIPE ACHMED. 

Realização Lotte Reiniger 

Animação, Aventura, Fantasia e Romance musicado ao vivo | 1926 | 67 min. | M6 

As Aventuras do Príncipe Achmed, produzido entre 1923 e 1926, foi um dos primeiros longa-metragens animados, creditado como o filme de animação mais antigo do mundo, foi produzido com a técnica de tintura, dirigido e escrito por Lotte Reiniger. `É um filme de animação de silhuetas alemão, estreou no dia 2 de maio de 1926 no teatro Berliner Volksbühne em Berlim, na Alemanha. O filme é baseado em diversas tramas em que Lotte Reiniger usou como referência de contos de As Mil e Uma Noites. 

Sérgio Costa é um compositor, arranjador, produtor e músico multi-instrumentista português, com domínio do piano, órgão, flauta e saxofone. Estudou no Conservatório de Coimbra, na Escola Superior de Educação de Coimbra e no Hot Clube de Portugal. Ao longo de sua carreira, participou e atuou em diversos projetos, tais como: Belle Chase Hotel, JP Simões, Quinteto Tati, O’queStrada, Mimicat, Chen Liony e The Millions. Atualmente, Sérgio Costa trabalha como tecladista e arranjador para Vitorino, além de colaborar com o Real Combo Lisbonense.

8 DE MARÇO

10h30 – 12h30 | WORKSHOP DE CINEMA MOBILE

Este workshop de cinema mobile orientado pela Luísa Sequeira e Sama oferece uma formação idiossincrática sobre o uso do telefone móvel como uma ferramenta para a realização de pequenos filmes. Com ênfase nas práticas resultantes da democratização do cinema através dos dispositivos móveis, o objetivo é explorar e potencializar as possibilidades criativas desses dispositivos na produção cinematográfica. Por meio de exercícios práticos e discussões em grupo, os participantes serão encorajados a explorar sua criatividade e expressar suas ideias através do cinema mobile. 

Inscrições via formulário em www.cineamadora.pt (vagas limitadas)

15h30 – 17h30 | CURTAS & REVOLUÇÃO (curtas-metragens lusófonas sobre a revolução)

NA PAREDE DA MEMÓRIA – ELIS REGINA 

Realização Elizabete Martins Campos 

Documentário | 2022 | 21 min. | M16 

“No Filme Elis revisita sua terra natal, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde encontra-se o Acervo Elis Regina. O trabalho revela o coração e segredos de Elis Regina, por meio de depoimentos e/ou cartas dela para pessoas que conviveram muito próximo da cantora, como a ex-professora Aida Ferrás, a quem a artista escreveu uma carta em 1969 e, o jornalista Juarez Fonseca, para quem ela cedeu entrevistas exclusivas. O filme traz a música da cantora, a caligrafia dela, a voz da mulher de ontem e de hoje, onde ela fala de machismo, desejo, superação, de querer viver. Um documentário tomado por Elis”, declara a cineasta Elizabete Martins Campos. 

ASHES OF THE AFTERNOON (134 MORTES) 

Realização Márcia Beloti e Luiza Porto 

Experimental | 2015 | 10 min. | M10 

O filme parte de uma visão surrealista para trazer uma crítica política contemporânea sobre a violência que forçosamente envolve o dia-a-dia das pessoas transexuais no Brasil. Participou do Festival MIX Brasil 2015.

OS CRAVOS E A ROCHA 

Realização Luísa Sequeira 

Documentário | 2016 | 16 min. | M16 

A 25 de Abril de 1974 Glauber Rocha estava em Portugal e junta-se ao filme colectivo As Armas e o Povo: Os Cravos e a Rocha recorda a sua presença disruptiva.

QUANDO A SUA SE APAGA

Realização Tânia Prates

Documentário | 2019 | 5 min. | M6 

O documentário Quando a Luz se Apaga tem como objetivo, através de ensaio experimental em vídeo e utilizando imagens do espólio fotográfico do Fundo Fotocine existente no acervo do Museu Municipal de Coruche, dar a conhecer alguns aspetos da realidade familiar de meados do século XX nesta região ribatejana e da sua relação com a fotografia.

THE MAGNIFICENT WOMEN 

Realização Mia Tomé 

Documentário | 2022 | 17 min. | M12 

Uma atriz portuguesa com especial interesse por Westerns, vai ao encontro das Mulheres do Oeste Americano. Quais são os papéis? Não apenas os da ficção, mas também os da vida real. Entre desertos e ranchos, aqui escutam-se histórias no feminino, das histórias da velha e da nova América. 

18h30 | BELARMINO 

Realização Fernando Lopes 

Documentário Drama | 1963 | 72 min. | M12 

No ano em que se completa 60 anos da estreia apresentamos o filme “Belarmino” de Fernando Lopes.Belarmino é uma história de solidão, medo e derrota. Inesquecível filme do cineasta Fernando Lopes, Belarmino é uma das obras-chave do cinema novo português. O retrato de um antigo campeão de boxe e a sua irónica trajetória da miséria à fama e da fama de volta à miséria. Um retrato diferente da cidade de Lisboa.

21h30 | “O QUE PODEM AS PALAVRAS?” 

Realização Luísa Sequeira e Luísa Marinho 

Documentário | 2022 | 76 min. | M12 

Em 1972, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa publicaram As Novas Cartas Portuguesas, abordando temas proibidos e censurados durante o Estado Novo, como a Guerra Colonial, o adultério, a violação ou o aborto. O livro foi imediatamente banido e as escritoras julgadas por crimes contra a moral. O processo judicial provocou ondas de protesto pelo mundo, construindo uma rede internacional de solidariedade. Em “O que podem as Palavras”, as “três Marias” contam a sua própria história, antes e depois de uma das primeiras grandes lutas pela causa feminista em Portugal.

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