A 11 de dezembro de 2025, chega às salas de cinema portuguesas Orlando Pantera, o novo filme de Catarina Alves Costa, que presta homenagem a uma das figuras mais enigmáticas e inspiradoras da música cabo-verdiana contemporânea.
Este filme, que recebeu dois prémios no Festival IndieLisboa (Prémio de melhor filme na categoria IndieMusic e Prémio do Público Longa-Metragem IndieLisboa), será também exibido antecipadamente no Caminhos do Cinema Português, festival que se realiza em Coimbra de 15 a 22 de novembro e no Porto/Post/Doc: Film & Media Festival, nos dias 21 e 22 de novembro de 2025, no Porto, oportunidades únicas para descobrir a obra antes da estreia comercial oficial.
Orlando Pantera (1967-2001) foi um músico excepcional cuja vida, interrompida prematuramente aos 33 anos, deixou uma marca profunda na cultura de Cabo Verde. Sem nunca ter lançado um álbum a solo, reinventou os ritmos tradicionais da ilha de Santiago, como o batuko e a tabanka, e transformou-os em sonoridades modernas e vibrantes, que viriam a influenciar gerações inteiras de artistas, entre os quais Mayra Andrade, Lura, Princezito e Tcheka.
O filme conduz o público numa viagem pela herança musical e emocional de Orlando Pantera, explorando o seu legado através de arquivos inéditos reunidos ao longo de vários anos pela sua filha, hoje com 30 anos, e de novas interpretações musicais de artistas contemporâneos. Entre sons, memórias e imagens, constrói-se o retrato íntimo de um homem que deu voz à alma do seu povo — um pai, um criador e um símbolo da identidade cabo-verdiana.
“Em 2000 fiz o filme Mais Alma que aborda a cena artística das várias ilhas cabo-verdianas. Neste filme, Pantera tem uma aparição fugaz. Mas nunca esquecerei a primeira vez que ouvi a sua música. Fiquei profundamente emocionada e não entendi, então, a originalidade e a força de sua música. Ele morreu quando eu estava a montar o filme. (…) Mostrar este filme significa muito para mim: as vibrações que esta rodagem gerou, as narrativas anti-herói e a música como uma poderosa ferramenta de comunicação motivaram-me a seguir com este projeto pensado ao longo destes quase vinte anos…”, afirma Catarina Alves Costa, cineasta, antropóloga, professora e cofundadora da produtora Laranja Azul, autora de uma obra singular que cruza o cinema e a investigação etnográfica.
