“O Ancoradouro do Tempo“, é o mais recente filme do realizador Sol de Carvalho e uma adaptação do livro de Mia Couto, A Varanda do Frangipani. A estreia mundial decorreu no LEFFEST, no passado mês de novembro após a qual marcou presença em diversos festivais. A antestreia está agendada para o dia 25 de junho, data em que se celebra a independência de Moçambique, e a estreia nas salas de cinema portuguesas para o dia 26 de junho. “O Ancoradouro do Tempo”, é um filme com produção da Real Ficção e co-produção com Promarte (Moçambique), Autentika Films (Alemanha), Gamboa & Gamboa (Angola) e Caméléon Production (Maurícias). Um filme rodado na Fortaleza da Ilha de Moçambique com elenco integralmente moçambicano que mostra a beleza de um espaço icónico, declarado Património Mundial da Humanidade.
O filme passa-se em Moçambique e retrata a história de Izidine, um jovem inspector da polícia, é chamado a investigar um crime ocorrido numa antiga fortaleza colonial, que é atualmente um lar. O seu diretor, Vasto Excelêncio, foi morto. Marta, enfermeira, insiste que a investigação seja sobre o verdadeiro crime em questão: o que o lar representa. Izidine confronta-se com um facto insólito, já que todos os idosos confessam ser os autores do crime. Todos têm motivo, pois era frequente sofrerem maus-tratos por parte de Excelêncio. Uma intriga policial onde todos os personagens se consideram culpados, contrariando a habitual declarada inocência na literatura policial ocidental.
Sol de Carvalho refere que “mais do que uma grande responsabilidade é um grande orgulho poder trabalhar ao lado de um escritor como Mia Couto, que tem hoje a visibilidade internacional e artística que o mesmo merece. Ver as palavras do livro A Varanda do Frangipani no grande écran é sinónimo de um extraordinário trabalho que realizámos juntos.”
Mia Couto juntou-se a Sol de Carvalho e juntos deram vida à Varanda do Frangipani. Livro onde navegam palavras como “Lhe conto uma história. Me contaram, é coisa antiga dos tempos de Vasco da Gama. Dizem que havia, nesse tempo, um velho preto que andava pelas praias a apanhar destroços de navios. Recolhia restos de naufrágios e os enterrava. Acontece que uma dessas tábuas que ele espetou no chão ganhou raízes e reviveu em Árvore.”.