Foi apresentado, na Casa do Comum, Bairro Alto, Lisboa, a programação da décima terceira edição do ‘Periferias – Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valencia de Alcántara‘, com o objetivo de estender a influência e a contribuição cultural do cinema independente às localidades transfronteiriças da Raia.
Nesta nova edição, o Periferias consolida-se como evento cultural transfronteiriço de referência na produção de filmes de autor focados na defesa e promoção dos Direitos Humanos, na preservação do meio ambiente e no impulso da arte cultural, com o objetivo de contribuir para uma efetiva descentralização da cultura no meio rural.
A apresentação contou com a presença da diretora do Festival Internacional de Cinema Periferias, Paula Duque, e do reconhecido jornalista e crítico de cinema português, Rui Pedro Tendinha; além de especialistas do setor audiovisual e cinematográfico, e representantes e autoridades de Espanha e Portugal, como o conselheiro cultural da Embaixada de Espanha em Portugal, Luis Prados Covarrubias, o secretário-geral de Cultura da Junta de Extremadura, Francisco Palomino, o deputado delegado da Área de Cultura, Desporto e Juventude da Diputación de Badajoz, Ricardo Cabezas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Marvão, Luís Costa, o presidente da Câmara de Valencia de Alcántara, Alberto Piris, e o presidente da Câmara de Alconchel, Óscar Díaz, entre outros.
A diretora do Festival Internacional de Cinema Periferias, Paula Duque, destacou que este festival, criado em 2013, tem como objetivo “promover a cultura cinematográfica e impulsionar a indústria audiovisual, dando a conhecer o valioso património histórico-cultural das aldeias e locais mais emblemáticos da fronteira entre o Alentejo e a Estremadura, transformando-os em verdadeiras salas de cinema ao ar livre”. Neste sentido, Duque sublinhou que o “Periferias se define pelo seu compromisso com o território e por aproximar o cinema a zonas que tradicionalmente têm estado à margem dos grandes circuitos de exibição”, concebendo a “arte cinematográfica” como instrumento que convida “à reflexão, ao pensamento e ao conhecimento”.
PERIFERIAS APROXIMA A RIQUEZA CULTURAL DO POVO CIGANO
Esta décima terceira edição de Periferias acolhe grandes títulos cinematográficos de géneros como a ficção, o documentário e a animação, provenientes de diferentes países, promovendo o diálogo e o fortalecimento dos laços entre povos vizinhos, assim como diversas ações dirigidas ao público infantil. Tudo isto, sob o signo da busca de novas oportunidades através do cinema para alcançar a justiça, a integridade e a ética social.
Este ano, o tema central gira em torno da riqueza cultural do povo cigano, com a exibição de longas-metragens, documentários e concertos musicais que têm como objetivo aproximar a história e a cultura cigana, além de reconhecer as contribuições do povo cigano à sociedade, através das artes cénicas e audiovisuais.
DESTAQUES
Merece atenção especial o documentário “Chaplin, espírito cigano”, dirigido pela neta do reconhecido ator inglês, Carmen Chaplin, que é exibido na extensão de Cáceres, no âmbito desta décima terceira edição, em colaboração com a Filmoteca de Estremadura.
Também se destacam outros títulos como a longa-metragem “A menina da cabra”, de Ana Asensio, o filme documentário “A guitarra flamenca de Yeray Cortés”, dirigido pelo artista madrileno Antón Álvarez (C. Tangana), ou a curta-metragem documental “Entrelaçadas pela interseccionalidade”, do Coletivo Cala, que recolhe os relatos, reflexões e afetos da Associação de Mulheres Ciganas de Plasencia, o Movimento de Mulheres Migrantes da Extremadura e a AMPA de Membrío.
A programação inclui ainda diferentes títulos com importantes reconhecimentos nos melhores festivais de cinema internacionais, provenientes de diferentes países como Espanha, Peru, Portugal, Brasil, México, Chile, Países Baixos, França, Roménia, Argentina, Uruguai, Cabo Verde e Suíça.
Esta décima terceira edição regressa a cenários emblemáticos das localidades fronteiriças de Marvão, Beirã, Valencia de Alcántara, Salorino, La Fontañera, Castelo de Vide, Galegos ou Portalegre, e, pela primeira vez, chegará a Alconchel e a Cáceres. Tudo isto, com o objetivo de contribuir para uma descentralização cultural impulsionando o desenvolvimento das comunidades com as quais trabalha, assim como fomentar o acesso a uma oferta cultural relevante, priorizando a criação de novos públicos.
A XIII edição do Festival de Cinema Periferias arrancará em Marvão com a exibição do filme “O Último Azul” de Gabriel Mascaro, e encerrará com uma grande gala de encerramento no Centro Cultural de Salorino onde será entregue o Prémio Tejo/Tajo ao melhor filme, após o qual será exibida a longa-metragem “Sorda” dirigida por Eva Libertad.
EXTENSÕES PERIFERIAS
Antes da XIII edição do Festival, são realizadas uma série de extensões nas localidades de Arronches, 4 e 5 de julho, Portalegre, 11 e 12 de julho, Cáceres, 17 de julho, Piedras Albas, 25 e 26 de julho, e Alconchel, 1 e 2 de agosto, com uma ampla programação que inclui cinema, música, arte e lazer.
COLABORAÇÕES
O festival Periferias conta com os apoios institucionais da Junta de Extremadura, das diputaciones de Badajoz e Cáceres, além da Câmara Municipal de Marvão, entre outras instituições, assim como o patrocínio de Azeites Castelo de Marvão do Lagar Museu António Picado Nunes.