O Cinema de Animação está bom e recomenda-se! A curta-metragem Pietra é prova viva disso mesmo. Aprecio imenso quando uma obra cinematográfica consegue envolver o público na sua narrativa, agarrando o espectador pela mão e levando-o para o seu mundo, sem nunca largar essa mesma mão e abrindo portas para um mundo desconhecido que consegue surpreender.
Conseguir interligar temas que vão desde relacionamentos improváveis, a actos de amor ou má/boa vizinhança, pode revelar-se numa tarefa árdua e complicada, pelo menos fazer algo de interessante e de diferente com esses mesmos temas. E fazer isso em cerca de treze minutos numa curta de animação deverá complicar ainda mais as coisas, diria eu. Contudo, Pietra é um filme que se propõe a isso e aventura-se, conseguindo concretizar-se numa obra final tocante e única.
Não posso revelar muito da história em si (sem que esses spoilers sejam demasiado reveladores), pelo que não vou fazê-lo, mas posso destacar a grande qualidade da produção e de todas as componentes técnicas que compõem este filme, criando um ambiente específico e uma estética e técnica de animação que encaixam perfeitamente na narrativa e complementam a mesma.
Pietra faz parte da Competição de Curtas-metragens da 11.ª edição do Festival Olhares do Mediterrâneo que decorre de 31 de Outubro a 7 de Novembro em Lisboa.
Classificação: 4 em 5 estrelas. Texto escrito por André Marques.