Festival Entre Olhares 2025

Festival Entre Olhares 2025: Barreiro, 1 a 10 de novembro

Cinema Português Entre Olhares

O Barreiro volta a ser palco do Festival Entre Olhares, que de 1 a 10 de novembro de 2025 regressa para celebrar o cinema como espaço de encontro, reflexão e partilha. Nesta edição, o festival assinala um momento de viragem na sua história ao inaugurar, pela primeira vez, secções competitivas de longas e curtas-metragens, distinguindo as obras com a Garça de Ouro, símbolo maior da programação. Esta evolução traduz a maturidade que o evento alcançou, reforçando a sua posição no panorama regional e nacional, criando novas oportunidades de valorização artística e de circulação das obras.

Apesar da introdução das competições, o Entre Olhares mantém a sua identidade original, com uma programação plural que atravessa géneros, estéticas e linguagens, do documentário à ficção, da animação ao cinema experimental, refletindo a diversidade de vozes que moldam o nosso presente. Os filmes desta edição convocam temas profundamente urgentes, do luto à imigração, da identidade à gentrificação, das culturas invisibilizadas à resistência, criando um mosaico de olhares que não só resgatam memórias, como ajudam a pensar futuros possíveis. É essa conjugação de inquietações individuais e coletivas que faz do festival muito mais do que um simples evento cinematográfico: é um espaço de diálogo com a realidade.

O Entre Olhares nasceu com a ambição de criar no Barreiro uma plataforma de partilha cultural capaz de colocar a Margem Sul no mapa dos grandes encontros cinematográficos do país. Hoje, essa missão mantém-se viva e reforçada. Para além das competições, o festival investe em secções formativas e educativas, com destaque para a Secção Juvenil, dedicada a estudantes do ensino básico e secundário, e para as Curtas à Primeira Vista, que oferecem palco às primeiras obras de jovens realizadores. Ao envolver escolas e ao apostar em sessões especialmente concebidas para as novas gerações, o Entre Olhares contribui para a formação de públicos, democratizando o acesso ao cinema e promovendo a literacia visual.

A programação expande-se ainda à dimensão profissional com a secção Indústria – Novos Olhares, que apoia jovens cineastas até 35 anos através de um pitch competitivo, oferecendo serviços técnicos e logísticos essenciais à concretização das suas curtas-metragens. Esta iniciativa reforça o compromisso do festival com a criação e o futuro do cinema português, posicionando-o como espaço de descoberta e de apoio a novos talentos.

A comunidade local está no centro da filosofia do festival. Os bilhetes mantêm preços acessíveis e o público pode usufruir de transporte gratuito em todas as carreiras dos Transportes Coletivos do Barreiro, promovendo a mobilidade e a inclusão. Esta atenção ao território e aos seus habitantes distingue o Entre Olhares e inscreve-o como um festival enraizado no seu contexto, ainda que com uma vocação global.

De 1 a 10 de novembro, o Barreiro transforma-se, assim, num ponto de encontro entre cineastas, públicos e ideias. Mais do que uma celebração do cinema, o Entre Olhares 2025 é uma convocatória à reflexão e ao diálogo, reafirmando que o cinema continua a ser uma poderosa forma de olhar para o mundo.

Aqui ficam as longas em competição A Memória do Cheiro das Coisas de António Ferreira, Somos Dois Abismos de Kopal Joshy, Filhos do Meio – Hip Hop à Margem de Luís Almeida, C’est Pas La Vie en Rose de Leonor Bettencourt Loureiro e Explode São Paulo, Gil de Maria Clara Escobar.

Já nas curtas em competição, marcam presença obras como Pietra de Cynthia Levitan, Pássaro Azul de Miguel Munhá, Canto de Guilherme Daniel, Antígona, ou a História de Sara Benoliel de Francisco Mira Godinho, Francisco Perdido de Frederico Mesquita, Atom & Void de Gonçalo Almeida, Rui Carlos de Margarida Paias, Foi com o Mar de Matilde César, Histórias de Contrabandistas de Agnes Meng, Lina de Margarida Madeira, Sabura de Falcão Nhaga, Tem Fé de Helen Esther Aschauer e Leonor Patrocínio, Quem Se Move de Stephanie Ricci, Rezbotanik de Pedro Gonçalves Ribeiro, Salerno-Goulette de Fábio Penela e Tapete Voador de Justin Amorim.

Na secção Curtas à Primeira Vista, dedicada a filmes de estudantes e jovens cineastas, serão exibidos Quatro em Linha de Clara Figueiredo, Pequeno País de Nicolau Botequilha, Turno da Noite de Pedro Cunha, Uma Crosta de Ferro de Vasco Barbedo, Bacia das Almas de Fernando Sá Machado, Retratos da Ajuda de Rita Costa e André Vieira, Mãe da Manhã de Clara Trevisan, Severin de Gonçalo Cabral e Ana Melo, Uma Mãe Vai à Praia de Pedro Hasrouny, Alto da Eira de Tomás Guedes, Uma Mulher do Género de Raquel de Lima, O Pássaro de Dentro de Laura Anahory, Os Terríveis de Pika Leão e Golden Shower de Stella Carneiro.

Nas secções não competitivas, Olhar o Mundo apresenta Arriba Beach de Nishchaya Gera, Claridade de Mariana Santana, First Date de Luís Filipe Borges, Nuno de Nuno Taborda, A Rapariga que Caminhava sobre a Neve de Bruno Carnide e Judite, ou a Primeira Revolta de Pedro Carneiro.

Em Territórios, serão exibidos Sensible Soccers: Manoel de David Matias e Vasco Gil, Happier, Happier, Happier de Telmo Soares, Maria Henriqueta Esteve Aqui de Nuno Pimentel, Contra a Maré de Inês Ventura, A Mestra de Silvana Torricella e Contemplação Impasse Tentativa de Welket Bungué.

A secção Narrativas em Contraste traz Um Dia Bom de Tiago Rosa-Rosso, After Link de Catarina de Cèzanne, Borbulha de Fernando Alle, Unicorn Hunting de Miguel Afonso e Antena de Duarte Pedroso de Lima, enquanto Caminhos Alternativos exibe Crua + Porosa de Ágata de Pinho, Perpetual Disorder de João Carlos Pinto, Ultravioleta de José Magro e Crónicas Visuais Onde Não Estive de Sally Santiago.

Mais informações em www.entreolhares.org

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