De 21 a 26 de maio de 2025, Santarém acolhe a 18.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Santarém (FICS), um dos eventos cinematográficos mais relevantes de Portugal. Com uma programação ampliada para seis dias, numa parceria com a Castello Lopes, o FICS 2025 promete ser uma edição marcante, explorando a ligação entre cinema, memória histórica e transformação social, ao celebrar os 50 anos da Reforma Agrária em Portugal.
Cinema e Reflexão Social: Um Olhar Sobre a Reforma Agrária
Este ano, o festival presta homenagem a um dos momentos mais significativos da história recente de Portugal. Através de filmes, debates e exposições, o FICS 2025 revisita as conquistas e desafios da Reforma Agrária, abordando temas como a justiça social, a luta pela terra, a preservação ambiental e a transformação do território. Com parcerias estratégicas, incluindo a Ephemera – Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, a Comissão dos 50 Anos do 25 de Abril e a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, o FICS reforça o seu papel como plataforma de reflexão crítica e promoção da memória coletiva.
Uma Programação Para Todos os Públicos
O FICS 2025 apresenta seis secções principais que prometem envolver públicos de todas as idades e interesses:
- Competição Internacional: Obras que desafiam convenções e exploram novas linguagens cinematográficas.
- Competição Nacional: As produções mais inovadoras do cinema português.
- Em Foco: Filmes dedicados aos 50 anos da Reforma Agrária, celebrando a luta pela terra e pela preservação cultural.
- Panorama: Reflexões sobre grandes questões sociais e ambientais contemporâneas.
- Sementes e Rebentos: Programação infantojuvenil, com atividades pedagógicas para as novas gerações.
- Cinema à Mesa: Uma experiência sensorial que alia cinema e gastronomia.
Além das secções principais, o FICS 2025 contará com uma série de atividades paralelas que enriquecem a experiência do público. Destacam-se a oficina de animação O Meu Mundo, orientada pelos artistas Renata Bueno e Daniel Medina, workshops, debates e exposições.
Estarão patentes duas exposições: a Exposição FICS, onde ficará a conhecer a história deste festival, e a Exposição dedicada à Reforma Agrária, com curadoria da Ephemera – Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira. Serão momentos de imersão cultural que complementam o programa cinematográfico, oferecendo uma abordagem mais profunda sobre a história e os temas centrais do festival.
Um Convite aos Cineastas do Mundo Inteiro
Até 1 de março de 2025, cineastas de todo o mundo são convidados a submeter filmes de animação, documentários, ficção ou cinema experimental. Os projetos devem refletir as temáticas centrais do festival: ruralidade, agricultura e questões ambientais. Filmes que promovam diálogos sobre a interação entre o ser humano e o território serão especialmente valorizados. As submissões podem ser realizadas através da plataforma FilmFreeway.
Cinema Como Agente de Transformação
Mais do que um festival, o FICS 2025 afirma-se como um espaço de encontro, reflexão e debate. É um evento cultural que utiliza o cinema para abordar os desafios contemporâneos e promover a transformação social, inspirando públicos variados a refletirem sobre o futuro do território e das suas comunidades. O FICS é organizado pelo Cineclube de Santarém, e conta com o apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), da Câmara Municipal de Santarém e da União das Freguesias da Cidade de Santarém.
FICS 2024 EM NÚMEROS
A edição de 2024 do FICS, que decorreu de 15 a 19 de maio, destacou-se pela sua crescente relevância internacional, com a exibição de 46 filmes provenientes de 22 países e a presença de 1.859 espectadores, duplicando o número de público em relação ao ano anterior. A programação diversificada e de elevada qualidade, que incluiu estreias mundiais e internacionais, consolidou o festival como uma plataforma de difusão cultural e um evento de referência no circuito cinematográfico. Ao longo de 27 sessões, o FICS levou o cinema a três salas, em três concelhos: o Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, o Cine-Teatro de Almeirim e a Biblioteca Municipal de Alpiarça, reafirmando o seu caráter inclusivo e de abrangência territorial.
