Integrando a MONSTRA, várias curtas portuguesas participam em competição neste festival. Destas curtas, duas destacam-se pela sua qualidade e sensibilidade. Uma conta a história de um homem com vários braços que tenta esconder as suas inseguranças e medos do mundo. A outra acompanha uma viagem por uma relação acidentada entre uma mãe e uma filha.

Com uma animação fluída, Polvo de Catarina Sobral apresenta uma fábula tocante que nos convida a refletir sobre a forma como interagimos com o mundo e criamos máscaras para esconder a nossa realidade interior dos outros. Acompanhando um homem com vários braços que viaja pelo mundo, Sobral submerge o espectador numa animação simples, mas profundamente bela, em que este ondula por imagens que refletem tanto a narração como uma profundidade emocional. É uma curta que engloba em si todo um mundo que ativa a nossa imaginação.

Também profundamente tocante, a curta de Sara Barbas, de título Algo que eu disse, acompanha uma mulher que vai em viagem pelo Alentejo para ir ter com a filha, que está em trabalho de parto e com quem ela tem uma relação atribulada. Ela é acompanhada por mais duas mulheres nessa viagem e, através do diálogo entre estas três mulheres, é nos lentamente revelado o mistério que assola esta relação. É uma curta viagem, mas é uma que revela algo forte e comovente e que demonstra uma forte sensibilidade em Sara Barbas.
