“O Voo do Crocodilo – O Timor de Ruy Cinatti” selecionado para representar o cinema português na secção “Heart Beat” no Doclisboa. O documentário fala da experiência que o poeta e antropólogo teve entre 1946 e 1974, aproximando-se do povo de Timor-Leste e do seu território. Ruy Cinatti fez levantamentos etnográficos, pesquisas antropológicas: registou textos orais, documentou em fotografia e em filme as pessoas, paisagens e rituais. O amor pela terra e pelo povo fê-lo tornar-se timorense.
Sessões: 23 de outubro às 18:45 na Culturgest – Auditório Emilio Rui Vilar e no dia 26 de outubro às 16:45 no Cinema São Jorge – Sala 3. Bilhetes: https://ticketline.
Entre 1946 e 1974, Ruy Cinatti realiza uma experiência nómada, aproximando-se do povo de Timor-Leste e do seu território. A identidade cultural que ele pretende preservar é ameaçada pela opressão colonial e a decadência do Império Português. Rejeitando esta condição, Ruy Cinatti faz levantamentos etnográficos, pesquisas antropológicas: regista textos orais, fotografa e filma as pessoas e paisagens, documenta rituais e faz pactos de sangue com os chefes tribais – Liurais – de forma a aceder a locais sagrados. Torna-se timorense.
Várias vozes entrelaçam-se e relacionam-se como uma polifonia com os poemas e a heterogeneidade de imagens do arquivo do autor – O Voo do Crocodilo evoca Ruy Cinatti através de harmonias visuais e sonoras, pleno de complexidade, emotividade e beleza, criando sentidos e rimas. O documentário conta com a interpretação de Ricardo Aibéo e com a participação de Joaquim Manuel Magalhães, Vasco Medeiros Rosa, Cláudia Castelo, Joana Matos Frias, Lúcio Manuel Gomes de Sousa, Maria do Carmo Piçarra, Luís Cardoso de Noronha e Peter Stilwell.
Em janeiro de 2006, Fernando Vendrell efetuou um pedido para visionar os materiais filmados por Ruy Cinatti em Timor-Leste. Era sua intenção realizar um filme a partir destas imagens, integrando os textos deste poeta, agrónomo e antropólogo, escritos durante o seu longo e intenso percurso timorense. Ruy Cinatti perpetuou a sua ligação com o povo timorense, tendo acesso a lugares sagrados jamais revelados a estrangeiros, descobriu pinturas rupestres, recolheu histórias, mitos e tradições que documentou em textos e em livros.
Fernando Vendrell seguiu a opção de prosseguir com um carácter biográfico e procurar definir a complexidade da personalidade de Ruy Cinatti nas diversas ocupações e atividades profissionais que exerceu em Timor-Leste. Através da recolha de testemunhos de pessoas, que de alguma forma, o conheceram, colaboraram ou mesmo que o estudaram, de forma a poder definir melhor quem é Ruy Cinatti.
Vê o trailer aqui: