Cakes! – Dentro da cartola… Um bolo?
Como não estragar a experiência desta curta-metragem? Dizendo o mínimo possível, confiem em mim! Posso deixar uma só frase para aguçar a curiosidade: Há bolos e bolos, os que cantam e dançam, os que nos invadem os sonhos e os que nos deixam uma fome danada a meio da noite… Fica assim 🙂
House of Sayuri – Em nome de Sayuri, vou castigar-te!
Uma casa perfeita para a família perfeita… mas estamos a ver um filme de terror que não perde tempo a posicionar-se mesmo antes de um contexto dado por inteiro (crucial para o embrulho do enredo). Os diálogos parecem simples mas têm uma subtileza contida que vai afinando com o desenrolar da trama e a Fotografia liberta com sucesso o lado místico de uma casa assombrada, seja pelos pontos de vista de “canto do olho”, seja por flashes bem engendrados e afastados o suficiente para provocar o clássico arrepio na nuca.
Se quem lê estiver a pensar “oh mas eu já vi isto em todos os filmes de terror em que a casa está assombrada e tem uma certa aura que segrega a família…”, que vire para lá esse dedo do clichê! Há espaço para o inesperado (e de que maneira) que foca sobretudo na avó mais rija do cinema e num neto adolescente, ainda atordoado pelo luto.
House of Sayuri retém em si, ao mesmo tempo, a fórmula clássica e desinteressada de um filme de casa assombrada a que já se assistiu mil vezes e uma reviravolta absurda e diferenciadora que sabe desarmar as expetativas formulaicas. Percebe-se que Koji Shiraishi faz por reverter os caminhos esperados, não sei se poderá ser demasiado tarde para quem tiver bocejo fácil…
Texto escrito por Manuel Seatra. Todos os filmes aqui abordados fazem parte da programação da 18ª edição do MOTELX.