MaXXXine: Muita Estética, Pouco Sumo - 18ª edição MOTELX - Crítica de Jasmim Bettencourt - 3 estrelas

MaXXXine: Muita Estética, Pouco Sumo – 18ª edição MOTELX

3 estrelas Críticas MotelX

Depois de uma visita ao cinema slasher dos anos 70 e ao cinema clássico de Hollywood, Ti West e Mia Goth levam-nos à década dos anos 80 e aos thrillers eróticos deste período. Uma década marcada por uma viragem conservadora, por pânicos morais, e por uma cultura consumista que se afirma. Aqui encontramos Maxine Minx a tentar sair do meio da pornografia para uma carreira no cinema dito “a sério” para alcançar o seu sonho de se tornar uma grande estrela. No entanto, a sua jornada é assombrada por um assassino que a persegue, matando as pessoas com quem ela se relaciona.

Num primeiro plano, MaXXXine é um filme que deslumbra. Com uma cinematografia e uma montagem que emulam o look dos clássicos de Brian de Palma e uma banda sonora incrível (na verdade, é impossível fazer um filme passado nos anos 80 com má banda sonora), Ti West constrói um filme que nos imerge nesta estética, talvez tornando este o filme mais visualmente apelativo desta trilogia. Infelizmente este deslumbramento fica-se pela imagem e o som, sendo que o enredo deste filme deixa muito a desejar.

Por um lado, a forma como Ti West contextualiza os anos 80 como o momento de viragem que foram para uma nova direita conservadora, que criou condições para que a indústria cinematográfica limitasse cada vez mais a liberdade artística dos seus argumentistas e realizadores, é feito de uma forma eficaz. Por outro, este contexto histórico é acompanhado por um enredo de thriller pouco inspirado. Se não fosse a performance incrível de Mia Goth, MaXXXine seria um filme que se afundaria em si próprio e no seu mar de referências. No fim, este é um filme que vale mais pela sua estética e as interpretações presentes neste – para além da portagonista, é notável referir Kevin Bacon e Elizabeth Debicki – sendo uma conclusão desenxabida desta trilogia.

Classificação: 3 em 5 estrelas. Texto escrito por Jasmim Bettencourt. O filme aqui abordado faz parte da programação da 18ª edição do MOTELX.

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